Estudo mostra consumo excessivo de açúcar, sódio e gorduras saturadas em toda a população.
O brasileiro combina uma dieta tradicional, baseada no arroz e feijão, com alimentos compostos por baixo teor de nutrientes e alto conteúdo calórico. Aliado ao crescente consumo de refrigerantes e refrescos, está a ingestão reduzida de frutas, verduras e legumes. Esse retrato, um alerta sobre o perfil da alimentação no país, consta na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, módulo "Consumo Alimentar Individual", financiado pelo Ministério da Saúde e conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram apresentados nesta quinta-feira (28), no Rio de Janeiro.
De acordo com as informações da POF, apesar de haver uma ingestão satisfatória de proteínas, a prevalência de consumo excessivo de açúcares foi observada em 61% da população, já a de gorduras saturadas, em 82% das pessoas. O consumo insuficiente de fibras foi observado em 68% dos brasileiros.

Com amostragem de 13,5 mil domicílios, a POF foi realizada com base em análises de medidas no consumo alimentar individual de pessoas com 10 anos ou mais de idade. Essa é a primeira vez que a pesquisa colhe as informações de alimentação e quantidades consumidas em dois dias não consecutivos da vida do entrevistado. Nessa análise, foi considerado tanto a alimentação em casa quanto fora da residência.
O estudo avalia indicadores como o consumo de sal, açúcar e micronutrientes, a partir de alimentos considerados positivos e negativos da dieta.
Positivos: frutas, legumes, peixes, arroz, feijão, fibras e laticínios.
Negativos: biscoitos recheados, pizzas, salgadinhos industrializados, refrigerantes e refrescos adoçados.
"A população brasileira vem se alimentando de forma inadequada, com alto consumo de alimentos ricos em energia. Por outro lado, há consumo insuficiente de alimentos protetores, como frutas, verduras, legumes e grãos integrais", analisa a Patrícia.
Por Alethea Muniz e Neyfla Garcia
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