Um estudo científico comprovou o conhecimento popular: o chá
verde é bom aliado na luta contra a obesidade.
Gabrielle Aparecida Cardoso,
aluna do programa de pós-graduação de Ciência e Tecnologia dos Alimentos da
Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (USP/Esalq), realizou o estudo
com apoio da bolsa de mestrado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes). A pesquisa, orientada pela professora Jocelem Mastrodi
Salgado, do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN), comparou
a taxa metabólica de mulheres com sobrepeso e obesidade grau I, pré e pós
consumo de chá verde aliado ou não à prática de exercício físico e avaliou a
aceitabilidade da bebida, bem como possíveis reações adversas causadas pelo seu
consumo. As informações são da assessoria de imprensa da Esalq.
Segundo a pesquisa, o chá verde é a segunda bebida mais
consumida no mundo e contém grande quantidade de compostos que proporcionam uma
série de benefícios à saúde. Dentre eles, a redução do risco de doenças
cardiovasculares e de alguns tipos de câncer, melhoria das funções
fisiológicas, efeito antihipertensivo, proteção ultravioleta, aumento da
densidade mineral óssea, entre outras.
A pesquisa ainda reforça que a ingestão do extrato também
suprime a utilização de carboidrato, que gera aumento na quantidade de
glicogênio no músculo, auxiliando o aumento da resistência na corrida, e por se
ter menos lactato, há uma maior disposição física para continuar o exercício
físico.
O estudo - Avaliou-se os efeitos do consumo de chá verde e da
prática ou não de exercício físico resistido sobre a Taxa Metabólica de Repouso
(TMR) e a composição corporal em mulheres com índice de massa corporal entre 25
a 35 kg/m. As voluntárias foram divididas em quatro grupos e durante dois meses
seguiram o protocolo de pesquisa. As voluntárias do grupo 1 tomaram chá verde,
enquanto as do grupo 2 tomaram placebo. As do grupo 3 tomaram chá verde e
exercitaram-se enquanto que as do grupo 4, tomaram placebo e exercitaram-se.
Resultados - Os resultados mostraram que o grupo 1 perdeu
uma quantidade de peso relevante para o período de estudo (- 5,7 kg em média)
com manutenção da massa magra. O grupo 2, utilizando placebo, não perdeu peso,
ganhou massa gorda e perdeu massa magra. Quanto ao grupo 3 (chá verde +
exercício físico de resistência) teve sua composição corporal modificada
apresentando maior perda de gordura, maior ganho de massa muscular, maior
aumento da força muscular e redução dos níveis de triglicérides superiores aos
apresentados pelo grupo 4 (placebo + exercícios físicos de resistência).
De acordo com a pesquisadora Gabrielle, o consumo de chá
verde pode ser um aliado alimentar para a perda de peso e diminuição da gordura
corporal. "Seu consumo aliado à prática de exercício físico auxilia na
redução do triglicérides, ganho de força muscular, ganho de massa magra e na
redução da massa gorda", explica. Além de proporcionar uma mudança na
composição corporal, o consumo do produto, aliado à prática de exercícios
físicos, auxilia na utilização da gordura corporal como fonte de energia e no
aumento da massa magra. "O aumento da força muscular é maior quando o chá
verde é consumido anterior à prática dos exercícios propostos", conclui a
autora do trabalho, de acordo com texto de divulgação.
Epidemia - A obesidade é um dos problemas mais graves do
mundo industrializado. Considerada uma epidemia mundial, a doença crônica
favorece o aumento de complicações associadas ao excesso de peso corporal e o
aparecimento de doenças como diabetes, câncer, hipertensão arterial,
hipercolesterolemia, cardiopatias, acidente vascular cerebral e depressão.
Caracterizada pelo excesso de tecido adiposo no organismo, é influenciada pela
ingestão inadequada de alimentos, fatores genéticos, ambientais, emocionais e
psicossociais.
As taxas de sobrepeso dos brasileiros aumentaram
significativamente nos últimos quatro anos. Segundo o Ministério da Saúde,
analisando um grupo de 54 mil pessoas adultas, revelou-se que 51% dos homens e
42,6% das mulheres estavam acima do peso adequado. Entre as crianças, os
índices são mais assustadores, cerca de 16% dos meninos e 12% das meninas com
idades entre 5 e 9 anos são hoje obesas no país, quatro vezes mais do que há 20
anos.
fonte: ASBRAN - http://www.asbran.org.br/sitenovo/noticias.php?dsid=743